domingo, 3 de abril de 2011

Aquela ilha

Este texto será muito bacana para quem acompanhou a série " lost". Quem não a conhece poderá se sentir perdido, e este é um dos meus objetivos, pois despertará a vontade de conhecer a melhor série dos últimos anos.
 Confesso que eu tinha um certo preconceito pela mesma, porém  depois de assistir aos primeiros episódios não mais consegui largá-la até o seu derredeiro The End.
Desenvolvi várias teorias a respeito e até cheguei a me perder (olha o objetivo) em algumas passagens, e até mesmos capítulos. Pensei que a intenção dos autores era a de deixar todo mundo cunfuso, mas saquei que estamos a todo instante "lostiniano", e que a vida nada mais é do que aquela ilha, ou mesmo um local que criamos para vivermos um sonho ou pesadelo que nunca saberemos o desfecho, só dependendo de nós a escolha.
 Lost é épica, e fundamental para o homem moderno, pois ali retrata-se tudo que vivemos até os dias atuais; início, meio e fim (temos a filosofia, a história, psicologia, as religiões e uma infinidade de conhecimentos misturados)
 Quem nunca sentiu saudade de um lugar e quis voltar? Quem nunca sonhou e achou que já havia vivido aquele momento? Quem nunca quis ter uma segunda chance em um lugar desconhecido e que ninguém saberia a identidade anterior? Quem nunca se sentiu azarado como o personagem Hurley, o Hugo.. Quem nunca quis achar um caminho de volta quando estava perdido? Todos estes questionamentos estão lá. Acho que todos que venham a ler este texto responderão afirmativamente. E o que falar da mistura de sentimentos religiosos que a série a todo instante desperta em nossas mentes. Nos dois últimos capítulos da quinta temporada temos a impressão de que Jocob é deus e que esta conversando com o diabo ( Eles chegam, lutam, destroem e corrompem. Sempre termina assim), quando na verdade ele estava conversando com o irmão, que na verdade não o era, e sim, estava apoderado pela nuvem negra, que mais tarde faz o mesmo com o corpo de Jonh Locke.
Lost é para ser guardada na mente de todos que a viram. Lembrar de cenas com a da Kombi, da Escotilha, do avião se partindo e tantas outras magnifícas. 
Eu queria ver um urso polar em plena Uruguaiana de 40° C, queria muito poder fazer o mundo  ser movimento e que pudessemos voltar no tempo, ou até mesmo avançá-lo. Queria que lost não terminasse !!!!

terça-feira, 29 de março de 2011

PENSEM NISTO

O nosso país possui uma grande diversidade de  fauna (animais) e flora (vegetais), e  uma riqueza inesgotável de material genético, assim como rios imensos que despertam a inveja do mundo inteiro ( pois enxergam no Brasil o que muitos daqui ainda não observaram - que o meio ambiente é fonte de Vida e essencial a manutenção desta com sadia qualidade).
 O país é, sem sobra de dúvida, fonte de riqueza ecológica de todo planeta, entretanto, a mesma deve ser preservada, e mais, com responsabilidade das gerações presentes, assim como das que usarão futuramente os recursos naturais, crescendo com sustentabilidade.
 A Contistuição Federal de 1988 é a primeira do mundo a dedicar um capítulo inteiro sobre o meio ambiente (art.225 e paragráfos), sendo vanguarda no assunto. Entretanto, na prática o que vemos é a morte de diversas espécies de animais e o corte sem critério algum de mata nativa de florestas, matas ciliares de proteção dos  rios, vegetação em topos de morros, restingas;  resultando  na destruição dos recursos hídricos, da  paisagem geológica, da biodiversidade, do fluxo gênico de fauna e flora, do solo, das dunas, manguezais, e quiça, a morte de seres humanos que necessitam dos recursos naturais.
  
 A imagem  abaixo poderia ser de beleza subliminar, mas não será, pois é de uma tartaruga com mais de 30 anos, morta, provavelmente, por causa de algum plástico entalado que provocou a sua asfixia.
Espero a reflexão de todos e que entendam o sentido de  preservar o meio ambiente, não  esgotando os recursos naturais, pois gerações seguirão as nossas, e as mesmas não devem pagar pela irresponsabilidade dos SERES (DES)HUMANOS sem percepção alguma da importância de cultuar um ecossistema sustentável.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Resenha crítica dos livros “Totem e tabu” e “Édipo Rei” sob o enfoque do Complexo de Édipo

O clássico de Sigmund Freud, “Totem e tabu”, até hoje desafia e aguça os estudiosos por se tratar de uma obra que explica as relações humanas de um grupo de aborígenes australianos, por meio do totem, que seria um animal, raramente um vegetal, um fenômeno da natureza (chuva, vento) ou um objeto, que mantém relação peculiar com todo o clã. Sendo o respeito a este sagrado e irrestrito, e a sua violação um tabu, podendo ser imposto ao seu infrator à pena de morte em caso de descumprimento das obrigações a eles impostas.

O caráter totêmico é incorporado ao clã, e as obrigações devem ser estendidas a todos da tribo, que de tempos em tempos representam e imitam os movimentos e atributos de seu totem em danças e cerimônias.

A relação de um clã com seu totem seria a base de todas as suas obrigações sociais, sobrepondo até mesmo às suas relações sociais e sanguíneas, que chegam ao ápice, na lei ou norma contra as relações sexuais entre pessoas do mesmo totem e, conseqüentemente, contra o seu casamento incestuoso, impondo a exogamia, que seria uma ordenação sagrada de origem desconhecida.

Na mitologia grega o tema do incesto foi tratado na obra Édipo Rei, de Sófocles. Traçando um paralelo entre a tragédia grega e o horror de relações sexuais entre parentes próximos ou afins, do clássico Totem e tabu, de Freud, o personagem Édipo Rei, ao descobrir que contraiu matrimônio com sua própria mãe, Jocasta, e que havia matado seu pai, Laio, num duelo, fura os seus próprios olhos (talvez um limite de sua época para resistir aos sentimentos de horror que sentira) para não ver mais a sua cidade, Tebas, que estava sofrendo um período de desgraça por sua causa. Jocasta, ao saber de tudo, se suicida.

Na verdade ele não queria mais ver a si próprio, pois tinha horror do que tinha feito, mesmo sabendo que não tinha como imaginar que eles eram seus pais verdadeiros, pois quando ainda recém nascido fora abandonado em cidade distante de Tebas a mando deles (sendo então criado por outra família, que nunca havia lhe dito a sua história), pois estava, segundo um adivinho acometido de uma maldição - que seria a de matar o próprio pai, e casar-se com a própria mãe - entretanto, quem ficou de por termo a sua vida teve compaixão e apenas lhe enviou para longe, acreditando que o guru estava blefando, e que o destino não iria ser tão cruel, a ponto de persegui-lo onde quer que ele estivesse.
Assim, a tragédia grega, teria certa semelhança com o conjunto rigoroso de regras de totem e tabu, o que é esclarecido pelas passagens do clássico Freudiano que afirma que na Nova Bretanha - a moça que se casava era proibida de conversar com o irmão e nunca mais poderia designar o nome dele, ou então, na Nova Caledônia - um irmão e uma irmã que se encontrassem num caminho, que a mesma deveria esconder -se dentro do mato e ele passar sem virar a cabeça.

Desta forma, pode-se notar que independente dos povos (a proibição para uma tribo podia ser o relacionamento sexual entre pai e filha, enquanto em outra a proibição se dava entre genro e sogra; em outra, apenas entre irmãos) e da época (Grécia mitológica até aos tempos atuais) que se vive, que o incesto ou Complexo de Édipo sempre causou e continua causando sentimentos de angústia, tormento e horror nos homens, sendo uma lei inconsciente de todos, não “podendo ser posta em questão”, não se sabendo ao certo o motivo de tal proibição, mas que causa espanto até mesmo quando o oráculo na Grécia de Sófocles previu o futuro de uma relação incestuosa.

Desta forma, os dois autores utilizaram-se do tema para suscitar uma reflexão sobre a questão da culpa e da responsabilidade perante as normas, éticas e tabus estabelecidos pelas sociedades, que se traduziria em comportamentos que, dentro dos costumes de uma comunidade, seriam considerados nocivos e lesivos a normalidade, sendo, por isto, vistos como perigosos, devendo ser proibidos aos seus membros.

O Complexo de Édipo costuma se manifestar, inconscientemente, na criança, do terceiro ao sexto ano, mais especificamente na fase de Desenvolvimento psicossexual fálica ou segunda infância.

Nessa fase, a criança descobre as diferenças sexuais, devido o prazer se concentrar nos orgãos genitais. Assim, a criança sente libido e atração (não apenas no sentindo sexual, mas também no que lhe resulta em prazer) pelo progenitor do sexo oposto (não necessariamente o pai, bastando que a pessoa desvie a atenção que ela tem para com o filho), dentro do ambiente familiar, sentindo o do mesmo sexo como rival, resultando em sentimentos contraditórios, onde figurará ódio e amor na sua moeda pessoal, sendo estes sentimentos, talvez, a essência do conflito do ser humano.
Neste período, a criança começa a entrar em contato com algumas situações em que sofre interdições, facilmente exemplificadas pelas proibições que começam a acontecer nesta idade, quando percebem que não são mais o centro das atenções.

Ao superar esta fase, a criança é capaz de se identificar com a figura do mesmo sexo, a qual passa a ser um referencial para ela na construção de sua identidade sexual. Também é momento em que o ego (adapatação a realidade) e o superego (julgador moral interno) ganham contornos mais definidos. Seu correspondente psicossocial gera conceitos como a iniciativa e culpabilidade. Falhas no desenvolvimento da referida fase resultarão em dificuldade de identificação sexual e de relacionamentos com o sexo oposto. A fixação nesta fase manifesta-se, por exemplo, pelo comportamento de sedução.

Por fim, o Édipo mal resolvido pode viver num mundo de angústia pessoal, tristezas sem fim, neuroses, perversões e outras formas de distúrbios psíquicos e de comportamento egoísticos originados da disputa inconsciente da criança com a pessoa que desviou a atenção a ser dada pela mãe ou pai.

Desta forma, o tabu em relação ao incesto seria mais antigo que os deuses e remontaria a um período anterior a existência de qualquer espécie de norma moral, religiosa e até mesmo jurídica, sendo ele uma norma inconsciente.

O complexo de Édipo seria a lei do pai, proposta por Lacan, ou seja, a primeira lei do indivíduo - a norma fundamental por excelência- que o estrutura enquanto sujeito, e lhe proporciona o acesso à linguagem, e que seria para a psicologia e para sociedade, a referida norma por excelência, aquela que possibilitou a existência da lei jurídica proposta por Hans Kelsen, e que pode lançar luz sobre a origem obscura de nosso próprio imperativo categórico.

domingo, 12 de setembro de 2010

Antígona

ANTÍGONA

Sófocles; 496 a.C. – 406 a.C. Antígona / Sófocles; tradução de Donaldo Schüler. – Porto Alegre: L&PM, 2010.                                                                    

Resenhado por Andreza Pereira de Medeiros acadêmica do 2º período de Direito do Centro Universitário Moacyr Sreder Bastos para a disciplina de Teoria Geral do Estado ministrada pela professora Flâmer Távora.
Antígona é uma tragédia grega em formato de peça, que fora escrita por Sófocles, um dos maiores intelectuais da Grécia antiga.

Seu prólogo inicia-se com a conversa entre Antígona e sua irmã Ismene. Para a qual ela revela o desejo de enterrar seu irmão Polinice, mesmo contra a vontade do tirano Creonte, seu tio. Este glorifica Etéocles - também irmão de Antígona - dando lhe um enterro, baseado no direito de Tebas e com sepultura digna de quem desce ao mundo dos mortos, pois havia perdido sua vida lutando pela cidade; e cobre de infâmia Polinice, que teria tentado dar um golpe e atacado a pátria, e, assim, seu corpo não deveria receber qualquer ritual fúnebre, devendo ser abandonado sem lágrimas e exposto as aves e cães. Os irmãos referidos acima morrem numa luta de golpes recíprocos onde estava a disputa pelo poder da cidade de Tebas, agora assumida por Creonte, parente mais próximo e irmão de sua mãe Jocasta, e que ainda havia matado o pai deles, Édipo.

Ismene decide não participar dos rituais fúnebres em respeito à força da lei e obedecer à decisão do tirano. Ela acredita que as mulheres não podem lutar contra os homens que a governam, sendo seu pensamento bem diferente de Antígona, que lhe imputará o ódio, e que pouco se importará em morrer por uma sentença de apedrejamento a quem dê um enterro digno ao infame. Antígona infringe a determinação do tirano, porque sente-se obrigada a fazer o certo, a seguir o que seu nervo moral pede.

O primeiro episódio de Antígona se desenvolve com a conversa de Creonte, Corifeu e um dos guardas responsáveis pelo cumprimento do decreto, no qual dá a ordem de deixar o corpo insepulto e entregue as aves e cães, servindo de espetáculo para os olhos da cidade. Porém, o corpo é sepultado na calada da noite e nenhum dos guardas sabe dizer quem teria descumprido a ordem de Creonte. Um dos guardas foi o escolhido a contar tudo a Creonte, que lhe acusa de ter sido subornado para permitir o ocorrido e ordena que encontre quem tenha desobedecido às suas ordens sob pena de desgraça.

Em seu segundo episódio, o guarda irá descobrir que foi Antígona quem cometeu a loucura de desrespeitar as leis do soberano. Assim, retornará ao palácio, mesmo após ter jurado nunca mais por os pés lá, devido as ameaças de Creonte. Levando então consigo, Antígona, que confessará que fora ela mesmo.

Neste instante, eles começam a travar um duelo de concepções de vida, crenças e ideais, onde direito natural e direito dos homens é posto a prova. Antígona, já tendo assumido a autoria, sustenta em sua defesa o cumprimento da lei dos deuses, dizendo que não foi Zeus quem ordenou o que Creonte estabelecia no decreto, e que as leis dos deuses seriam mais antigas e sempre vivas, sendo desta forma, superiores as leis terrenas, e que quem morreu não fora um escravo, mas sim um irmão e que a lei dos mortos deve ser igual para todos. Fica claro que Antígona invoca as leis não escritas, aquelas que todos conhecem, e que obrigam a honrar pai e mãe, a não fazer o mal aos outros, a ter compaixão pelo fraco, concepções básicas da vida. Do outro lado, o tirano inclina-se no sentido de que ela procedeu de maneira errada e não de acordo com os seus motivos e crenças, e que Polinice atacou a pátria, enquanto Etéocles a defendia. Que um ser mau não deveria ter direito igual ao de um ser justo, e neste instante, ele manda chamar Ismene, que confessa que era cúmplice de um crime que não cometeu, e nem com isto, recebe a admiração da irmã, que revela que nada tramou com ela. Creonte as chama de loucas e condena as duas a morte, mesmo Antígona sendo noiva de seu filho Hemon.

Continuando, e em seu terceiro episódio, Creonte e seu filho Hemon dialogam, e o futuro marido de Antígona demonstra respeito às ordens do Pai, não obstante, argumenta no sentido de defender Antígona, dando sinais de que o decreto esta sendo contestado pelo povo da cidade de Tebas, que lamentam a sorte da jovem, e que toda cidade estaria de acordo com o ato nobre que ela praticou, mesmo em desacordo de uma ordem daquele que acredita ser o único a poder ordenar e governar aquela cidade (demonstra que tudo seria diferente caso ouvisse a voz do povo).

A discussão chega a um ponto de Hemon ameaçar a se matar (ela morrerá e ao morrer matará outro) caso o pai não revogasse a condenação, mas ele entende que Hemon o ameaçava e com isto torna a pena de Antígona ainda mais severa, aprisionando-a em uma caverna escavada em uma rocha, só com alimento indispensável, para que tenha um fim cruel.

Em seguida, e em seu quarto episódio, Antígona mostrará suas lamentações, que se deduz que ela estaria tentando insuflar o povo a se revoltar contra o governo de um só homem, o tirano Creonte, e talvez aumentasse com isto, o coro de desaprovação para com o governo do tirano.

Por fim, entra em cena Tirésias, adivinho conhecido e respeitado por todos, e que irá advertir Creonte do mal que irá se abater em sua vida devido à sua teimosia, e que os deuses estão enfurecidos. Creonte se mantém irredutível, porém, após a partida de Tirésias é convencido por Corifeu a libertar Antígona e sepultar Polinice.

E no êxodo, a peça é fechada tragicamente com diversas mortes, o que é típico da obra de Sófocles. O Soberano terá que viver com o peso da morte de seu filho, de sua esposa e da sobrinha Antígona por não ter dados ouvidos ao Povo de Tebas e não se curvar diante do bom senso.

Desta forma, uma leitura da obra que se relaciona a teoria geral do Estado e ao Direito, esta centrada no direito natural versus direito dos homens, ou melhor, entre justiça e lei, sendo que Antígona a todo custo tenta defender a primeira opção, pois acredita que certos valores (como o de enterrar um familiar) estão acima de qualquer direito criado pelos governantes, que acreditavam ter um poder supremo, e que estaria acima de tudo, até mesmo podendo decidir sobre a vida de alguém. Por isto, caso ela morresse, estaria cumprindo aquilo prescrito pelos deuses. Entretanto, a cidade, mesmo em desacordo com o tirano, continuava obedecendo as suas ordens devido ao temor das sanções, que eram terríveis e impostas por aquele que representava o Estado, pois neste regime não havia a divisão dos poderes, e um só homem, julgava, condenava, mandava executar e legislava em seu favor.

Portanto, Creonte fora alertado por seu filho Hemon sobre como o povo reagiu a condenação de Antígona. Não lhe deu atenção, e com isso não conseguiu evitar a tragédia Grega narrada. A mensagem que fica da leitura é que a democracia poderia ser a grande vencedora em Antígona, e que tanta desgraça não viria a ocorrer caso o tirano ouvisse o povo de Tebas, pois o governante que despreza as opiniões do povo põe em risco a cidade e a si próprio.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Um breve ensaio sobre o homem e sua relação de perversidade com o meio ambiente

Podemos dizer que os mais remotos antepassados do homem moderno eram bem poucos, tinham comportamentos e atitudes muitas das vezes atrasadas em relação ao homem moderno, sendo nômades que vagavam pela África, depois pela Europa e Oriente Médio, conforme o que conta a história, em busca de frutos, raízes e bulbos e caçando animais de pequeno porte.

Uma característica interessante de se anotar é que eles só retiravam da natureza o suficiente para sua sobrevivência, interagindo na medida exata com ela, mesmo sem saber, que assim, estavam preservando o ambiente, uma vez que, quando os alimentos rareavam em determinado sítio, se mudavam para outro e davam espaço para que o meio ambiente reencontra-se o seu equilíbrio ambiental perfeito. Agiam por puro instinto e nenhuma consciência ambiental.
Ao longo dos milênios e séculos, os homens começaram a fixar em regiões, deixando de se comportar como nômades e não mais mudando de lugares com a mesma celeridade do inicio de sua história. O homem nesta fase de desenvolvimento começou a inventar e criou as armas, que passam a servir de instrumento para caça de animais de maior porte que outrora não conseguiam abater, pois os temiam devido a sua inferioridade física frente a eles. Desta forma, ao abandonarem a vida nômade, começam a se desenvolver e fixaram-se em áreas propícias ao desenvolvimento de uma nova prática, qual seja, a agricultura, que em tese representaria o início da saga de destruição de florestas, e também de todo o processo de perda de diversidade genética e morte das nascentes e seca de rios.
 Entretanto, passam a ter a possibilidade de armazenar alimentos, e resistir a épocas de chuva, frio e seca, onde a caça e colheita de frutos se tornavam ásperas. Sua expectativa de vida começa a crescer, tendo mais sucesso no processo de evolução do que aqueles que insistiram nas tradições ancestrais e arcaicas de caçadores e coletores. O ser humano começa a se aprimorar no seio da sociedade e das regras de convívio social, porém ao custo do meio ambiente começar a padecer, pois toda esta evolução representou um problema sério no que se referia a exaustão dos recursos naturais nas áreas próximas de seus recentes aglomerados urbanos, uma vez que o número de pessoas, por mais tempo, em um mesmo lugar, demandava mais caça e alimentos que deveriam ser retirados de uma mesma área ou então que seriam produzidos em sua proximidade a fim de garantir a sobrevivência local.
A população com o passar do tempo começa a crescer, o que resulta no aumento da área a ser cultivada, pois os estoques de alimentos já não davam para atender a todos. O resultado é a destruição de mais florestas e assoreamento de rios e morte de nascentes para que o terreno pudesse ser cultivado com os gêneros alimentícios de primeira necessidade. Os homens desta fase da humanidade não tinham ainda a dimensão de que os recursos ambientais deveriam ser preservados, acreditando firmemente que a natureza se regeneraria como antes. Suas casas eram simples e sem luxos e as atividades humanas poderiam ser consideradas quando comparadas aos dias atuais como de intervenção mínima no meio ambiente, embora já bem mais significativa daquela vivida pelo perambulante de antanho, e apesar de tudo, a natureza ainda conseguia harmonizar os seus problemas.
Na escalada de desgraças e irresponsabilidades da relação do homem com o meio-ambiente, ocorre a revolução industrial, que marcará para sempre a história da humanidade, sendo um divisor de águas.
 A partir dela, o homem começa a produzir em série os bens de consumo, e a natureza passa a ser a fornecedora dos insumos necessários para tal empreitada proposta pela revolução. Assim, quando não era exaurida diretamente pela extração de recursos naturais que serviriam de insumos, sofria os reflexos da produção das indústrias no ar, água e solos que estavam cada vez mais poluídos. As máquinas a vapor surgem nesta época, depois as de energia elétrica e logo o mundo de possibilidades de produção esta a disposição do homem que passa a superar um limite a cada dia. Os homens já não buscavam territórios desconhecidos, passando a transportar milhões de toneladas de produtos ou insumos ao redor do planeta, graças aos motores de combustão interna das embarcações. Os aviões levantavam vôo e com a propulsão a jato cortavam o planeta em poucas horas. A comunicação começa a se tornar instantânea, mesmo quando a continentes de distância. A medicina começa a evoluir e a expectativa de vida prolonga-se para além do dobro, e a engenharia genética, a cada dia, acena com possibilidades de recomposição de órgãos que já quase permitem ao homem pensar na imortalidade. As facilidades e confortos da vida moderna atingem um estágio inimaginável para os antepassados recentes.
Entretanto, a água já começa a faltar, e pode-se atribuir este sério problema a destruição das matas e da morte dos rios provocada pelos processos de erosão e poluição.  A substituição das florestas pela monocultura leva a uma perda de diversidade biológica. A poluição do ar, solo e das águas pelos processos industriais, pelas atividades agrícolas e pelo comportamento do homem passaram a ser preocupações cada vez mais presentes, e exigem cada vez mais a edição de normas e de políticas públicas para tentar diminuir ou reverter o desequilíbrio ambiental.
O aquecimento global é destaque dos meios de comunicação, e este leva ao aumento da temperatura média anual do planeta. As geleiras dos pólos estão derretendo, o nível do mar esta subindo, as secas ou enchentes ao redor do mundo e os desastres ambientas são cada vez mais freqüentes e avassaladores ao redor do mundo, e podem ser devido ao efeito estufa causado pelo lançamento de poluentes das indústrias, veículos e outras fontes de emissão de gases poluentes no ar.
Já não se pensa em salvar uma espécie qualquer, que se encontra ameaçada de extinção, mas sim, aquela espécie dominante, o homo sapiens.  
   Desta forma, o homem precisa colocar toda sua mente e capacidade criativa, e principalmente, agir em conjunto como espécie intelectualmente evoluída que pensa, raciocina, para tentar reverter ou, pelo menos estancar o processo de destruição de seu único habitat possível e de sua própria existência.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Os dois lados de uma mesma moeda

O caminho para se construir uma personalidade muita das vezes é árduo e depende de muitos fatores (instituições) que serão abordados aqui de maneira simples e segundo a observação diária daquele que vos escreves.
O primeiro fator a ser abordado será em relação à estrutura familiar, que é de fundamental importância para todo o deslinde do que será o homem em sua essência e do que representará quando vier a atuar no seio da sociedade e se equilibrar no grande circo diário que é a vida, o sobreviver.
O ser, ao nascer, quase sempre vê na família e nos país o modo de se portar (sendo espelhos) e na maioria das vezes, terão parcela significativa de sua personalidade moldada pela forma de como eles atuam em seu dia-a-dia, pois o colo familiar, provavelmente, é a primeira das escolas do indivíduo, sendo, submetido desde logo e ao primeiro respirar. Por isso, a instituição, família, deve ser pautada em valores éticos, morais, de convivência e paz social, onde se ensine o que é amizade verdadeira, amor, carinho, bondade, respeito ao meio ambiente e ao próximo, assim como valores cristãos ( não no sentindo de impor uma religião), que são elementos importantíssimos, e que devem ter sua origem, primeiramente na família.
 Outra nota a ser abordada é o meio externo em que a pessoa se insere, o seu cotidiano ambiente de desenvolvimento social, que pode alterar toda uma base (des) familiar que o indivíduo vinha recebendo, tanto para o bem quanto para mal, senão vejamos os casos de adolescentes que foram bem criados e tiveram toda estrutura familiar, carinho, respeito, e começaram a delinqüir devido as más companhias adquiridas em momento de descuido dos país, ou por fraqueza emocional (caso da Suzane von Richthofen) ou possibilidade de se ganhar certos espaços mais facilmente, ou até mesmo pelo “glamour do crime” ( vida fácil e luxuosa que os traficantes levam aos lados de lindas mulheres e carros possantes); ou então, exemplos  daqueles que são recuperados e postos tardiamente na sociedade por programas pautados na figura da dignidade da pessoa humana, que se apresentam em comunidades carentes, onde os pais não possuem, ou nunca tiveram a oportunidade de ter valores morais a serem passados as sua proles, que até então se encontravam abandonadas moralmente, socialmente, psicologicamente, materialmente.
 Desta forma, o ambiente em que vive o seu dia-a-dia fora da familia deve ter consistência, e não ser vazio e próspero as coisas do mal.
 Outros fatores importantes e interessantes de seres abordados são o papel desempenhado pela escola, pelos governos e da mídia em geral na construção da personalidade.
A escola, em tese, deveria ser o grande responsável pelos caminhos que o homem irá seguir, pois até o inicio da idade adulta é o local, depois da família, pelo qual passam, ou deveriam passar a maior parte de seu tempo.  Portanto, os valores já descritos acima e voltados para o bem devem ser tratados de maneira irrestrita, e o agente educador deve levar a sério, e entender, antes de tudo o seu papel, que é "ser formador do elemento humano de um País, que representará as próximas gerações, e daí trabalhar para a construção de homens do bem, e que passam a dignificar a vida que receberam como um presente divino, e quem sabe mostrar o caminho para que o brilho da luz que possuem, se transformem em estrela   nessa imensa nação.
E o governo. Qual o seu papel? Seria o principal responsável em disponibilizar o ensino e formular as políticas educacionais e culturais, sendo obrigado a jamais relegar  a educação a um segundo plano.
Assim, deve criar ações voltadas a alfabetização real e não funcional, ao estímulo da leitura, da escrita, do conhecimento da história do País, incentivar e qualificar o homem para o mercado de trabalho, e também disponibilizar mecanismos de absorção de mão de obra, o que evita a deturpação da personalidade e a conseqüente mitificação de que “mundo do crime compensa ” e é o melhor caminho.
 E a mídia, escrita, falada, da televisão, via web. Como deve se portar?  Deve tratar com responsabilidade certas mitificações, e passar a incentivar o jovem a ser um profissional dentre as profissões reconhecidas e com mercado de trabalho. A ser um escritor, um médico, e parar com a bobeira de colocar na cabeça das crianças e adolescentes que os mesmos devem ser jogadores de futebol, pagodeiros, modelos e artistas, o que não é nenhum problema, sendo, porém,  utopias em nosso país, que podem gerar frustração e perda de tempo para aqueles que não possuem um plano B para o caso não consiguirem alguns destes exemplos citados.  Pergunte a alguém o que um jovem quer ser! A maioria da resposta serão  assim  ouvidas: Quero ser jogador de futebol, uh! modelo, e quiçá, ouviremos até que o melhor seria ser mulher de um traficante ou então o chefe do morro (...) Isto é horrível, mas acontece em terra tupiniquim, pois além da deformidade familiar, governamental, temos ainda o seu incentivo pelo glamour muita das vezes dado pela mídia, o que causa a deformaidade social.
 Desta forma, contribuiriam muito, se incentivassem o estudo, a busca pela justiça, criando programas de cunho informativo e educacional sobre os dos direitos do homem e suas obrigações.
Um exemplo de tudo que foi dito aqui é o caso que envolve o Goleiro Bruno e a sua possível amante, Eliza Samudio, que sumiu, e atribuem o assassinato dela  a figura a dele.  Façam uma análise da vida pregressa dos dois, e veremos que ambos não tiveram estrutura familiar (os dois foram abandonados pelos pais, ou um dos pais, logo que nasceram). Ele  abandonado pela família aos três meses de idade, e criado por uma avó, que possivelmente não foi capaz de ensinar o básico a um filho (mãe ou pai dele), e o que dirá a um neto. Já a Eliza, fora abandonada pela mãe, sendo criada por uma Pai, que provavelmente não teve os valores descritos acima em sua formação, sendo inclusive condenado em 1ª instância por um Tribunal pelo crime de estupro de uma menina de 10 anos (que dizem ser filha dele e irmã da Eliza Samudio). O que falar da personalidade da Eliza, que virou garota de programa e atriz pornô? Nada, ela foi apenas produto da falta de uma criação familiar pautada nos simples valores descritos acima, não encontrando eles no ambiente que vivia e nem na vida escolar. Quis ter um filho de jogador de futebol, pois a mídia mitifica estas figuras, e deu no que deu, pois o jogador não soube lidar com o perder, ou seja lá o que se passou em sua cabeça, caso o mesmo tenho mesmo cometido tal atrocidade junto dos  seus amigos de ambiente externo. 
Portanto, a personalidade do homem é criada por diversos fatores, que devem ser combinados para que sejam possível viver sobre a égide do contrato social que assinamos ao nascer. As clausulas para a vida em harmonia devem ser absorvidas por todos, pois só assim, o homem terá a essência do claro, e conseqüentemente não possuirá uma personalidade voltada para lado obscuro, e poderá continuar no seio da vida em Sociedade.


Texto escrito para o filosofia de liquidificador por Rodrigo Alcantara Mesquita e publicado em 15 de julho de 2010 às 15:30

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Uma leitura moderna da obra o “artista da fome”, de Franz Kafka.

Um artista da fome é um conto, em formato de novela, de Franz Kafka, originariamente publicado em 1922, e que tem em seu enredo a figura de um jejuador profissional enclausurado numa jaula. Isto à época era visto como um grande espetáculo pela sociedade, que inclusive pagava ingressos, e sentava-se desde a manhã até à noite diante das grades da jaula. Entretanto, a mesma depois de um tempo, naturalmente, perdiam o interesse, e esqueciam dos jejuadores.
A história começa com o jejuador sendo ovacionado em praça pública. Toda a família se reunia para ver o grande espetáculo. Queriam ver o estado do homem, que apresentava pálido e com as costelas sobressalentes. Observavam de perto para ver se não tinha algum alimento escondido que comprovasse ser aquilo uma fraude, e até mantinhas vigias para fazer o controle do homem que se propunha a jejuar ao máximo de dias possíveis, que na obra era por volta de 40 dias, sendo lhe proibido pelo empresário de bater este recorde, mesmo ainda que o artista sentisse condições de permanecer por mais dias e semanas ali naquele jejuar sem lógica. Talvez o empresário tivesse o interesse de o espetáculo não esvaziar, e manter a acesa a expectativa de na próxima vez o homem poder bater seu recorde, e com isto, o espetáculo passava por várias cidades. O interesse pelo jejuar não tinha explicação, mas com o passar do tempo às pessoas o perderam em definitivo, e o seu sacrifício já não era mais aplaudido e reverenciado até pelos mais entusiastas – as crianças- que sempre ficaram perplexas.

Desta forma, o mártir, querendo recuperar sua fama, seguiu em frente ao romper com seu empresário que não concordava em deixá-lo bater o recorde de dias de jejum e também não via mais interesse nesta quebra. O artista, então, arrumou espaço num circo, e propôs quebrar o recorde, entretanto, competia com leões e outros animais, que naquela época já eram mais interessantes. A história traz um fim trágico, como em quase toda obra de Kafka, pois o jejuador morrer dentro de uma jaula pelo esquecimento de que estava ali; pois ninguém mais o dava atenção, e seu jejuar era visto como um nada. Retiram seu corpo da jaula e colocaram uma vistosa pantera,  que atrairá rapidamente a atenção das crianças que sempre foram os que mais se impressionaram.

Em relação aos dias de hoje, o livro pode ter uma leitura com o sucesso instantâneo que produz celebridades de momento, que muitas das vezes é efêmero, e que os seus detentores não aprendem a lidar com a sua falta. As pessoas se interessam muito pelo que estar em evidencia, por aquilo que a mídia divulga a exaustão, e não pelo artista em si, pelo espetáculo ou show, ou qualquer outro glamour, sendo manipuladas até que os veículos de divulgação esqueçam o “artista da fome” e busquem algo mais interessante com a pantera vistosa

Daí, os “jejuadores modernos”, que só sabem fazer determinados espetáculo e mais nada. No insucesso começam a apelar de todas as formas para se manter em evidencia. Alguns exemplos podem ser apontados como o caso de jogadores de futebol que se lançam na política, de atrizes e ex-modelos que viram atrizes pornográficas, e desta forma propõe que espetáculo deve continuar, porém se esquecem que a sua época passou, e em nenhum momento tiveram  o preparo para lidar com a efemeridade do sucesso que um dia alcançaram.
E mais uma vez pode-se notar perfeitamente que, Kafka, antecipou o que seria o homem moderno, a sociedade moderna, que quando manipulada vem  adorar alguém para depois nem sequer lembrar de sua figura. Longa vida aos escritos do gênio, que um dia pediu para que todos eles fossem queimados, pois talvez não queria alertar tudo que poderia vir a acontecer.