quinta-feira, 22 de julho de 2010

Um breve ensaio sobre o homem e sua relação de perversidade com o meio ambiente

Podemos dizer que os mais remotos antepassados do homem moderno eram bem poucos, tinham comportamentos e atitudes muitas das vezes atrasadas em relação ao homem moderno, sendo nômades que vagavam pela África, depois pela Europa e Oriente Médio, conforme o que conta a história, em busca de frutos, raízes e bulbos e caçando animais de pequeno porte.

Uma característica interessante de se anotar é que eles só retiravam da natureza o suficiente para sua sobrevivência, interagindo na medida exata com ela, mesmo sem saber, que assim, estavam preservando o ambiente, uma vez que, quando os alimentos rareavam em determinado sítio, se mudavam para outro e davam espaço para que o meio ambiente reencontra-se o seu equilíbrio ambiental perfeito. Agiam por puro instinto e nenhuma consciência ambiental.
Ao longo dos milênios e séculos, os homens começaram a fixar em regiões, deixando de se comportar como nômades e não mais mudando de lugares com a mesma celeridade do inicio de sua história. O homem nesta fase de desenvolvimento começou a inventar e criou as armas, que passam a servir de instrumento para caça de animais de maior porte que outrora não conseguiam abater, pois os temiam devido a sua inferioridade física frente a eles. Desta forma, ao abandonarem a vida nômade, começam a se desenvolver e fixaram-se em áreas propícias ao desenvolvimento de uma nova prática, qual seja, a agricultura, que em tese representaria o início da saga de destruição de florestas, e também de todo o processo de perda de diversidade genética e morte das nascentes e seca de rios.
 Entretanto, passam a ter a possibilidade de armazenar alimentos, e resistir a épocas de chuva, frio e seca, onde a caça e colheita de frutos se tornavam ásperas. Sua expectativa de vida começa a crescer, tendo mais sucesso no processo de evolução do que aqueles que insistiram nas tradições ancestrais e arcaicas de caçadores e coletores. O ser humano começa a se aprimorar no seio da sociedade e das regras de convívio social, porém ao custo do meio ambiente começar a padecer, pois toda esta evolução representou um problema sério no que se referia a exaustão dos recursos naturais nas áreas próximas de seus recentes aglomerados urbanos, uma vez que o número de pessoas, por mais tempo, em um mesmo lugar, demandava mais caça e alimentos que deveriam ser retirados de uma mesma área ou então que seriam produzidos em sua proximidade a fim de garantir a sobrevivência local.
A população com o passar do tempo começa a crescer, o que resulta no aumento da área a ser cultivada, pois os estoques de alimentos já não davam para atender a todos. O resultado é a destruição de mais florestas e assoreamento de rios e morte de nascentes para que o terreno pudesse ser cultivado com os gêneros alimentícios de primeira necessidade. Os homens desta fase da humanidade não tinham ainda a dimensão de que os recursos ambientais deveriam ser preservados, acreditando firmemente que a natureza se regeneraria como antes. Suas casas eram simples e sem luxos e as atividades humanas poderiam ser consideradas quando comparadas aos dias atuais como de intervenção mínima no meio ambiente, embora já bem mais significativa daquela vivida pelo perambulante de antanho, e apesar de tudo, a natureza ainda conseguia harmonizar os seus problemas.
Na escalada de desgraças e irresponsabilidades da relação do homem com o meio-ambiente, ocorre a revolução industrial, que marcará para sempre a história da humanidade, sendo um divisor de águas.
 A partir dela, o homem começa a produzir em série os bens de consumo, e a natureza passa a ser a fornecedora dos insumos necessários para tal empreitada proposta pela revolução. Assim, quando não era exaurida diretamente pela extração de recursos naturais que serviriam de insumos, sofria os reflexos da produção das indústrias no ar, água e solos que estavam cada vez mais poluídos. As máquinas a vapor surgem nesta época, depois as de energia elétrica e logo o mundo de possibilidades de produção esta a disposição do homem que passa a superar um limite a cada dia. Os homens já não buscavam territórios desconhecidos, passando a transportar milhões de toneladas de produtos ou insumos ao redor do planeta, graças aos motores de combustão interna das embarcações. Os aviões levantavam vôo e com a propulsão a jato cortavam o planeta em poucas horas. A comunicação começa a se tornar instantânea, mesmo quando a continentes de distância. A medicina começa a evoluir e a expectativa de vida prolonga-se para além do dobro, e a engenharia genética, a cada dia, acena com possibilidades de recomposição de órgãos que já quase permitem ao homem pensar na imortalidade. As facilidades e confortos da vida moderna atingem um estágio inimaginável para os antepassados recentes.
Entretanto, a água já começa a faltar, e pode-se atribuir este sério problema a destruição das matas e da morte dos rios provocada pelos processos de erosão e poluição.  A substituição das florestas pela monocultura leva a uma perda de diversidade biológica. A poluição do ar, solo e das águas pelos processos industriais, pelas atividades agrícolas e pelo comportamento do homem passaram a ser preocupações cada vez mais presentes, e exigem cada vez mais a edição de normas e de políticas públicas para tentar diminuir ou reverter o desequilíbrio ambiental.
O aquecimento global é destaque dos meios de comunicação, e este leva ao aumento da temperatura média anual do planeta. As geleiras dos pólos estão derretendo, o nível do mar esta subindo, as secas ou enchentes ao redor do mundo e os desastres ambientas são cada vez mais freqüentes e avassaladores ao redor do mundo, e podem ser devido ao efeito estufa causado pelo lançamento de poluentes das indústrias, veículos e outras fontes de emissão de gases poluentes no ar.
Já não se pensa em salvar uma espécie qualquer, que se encontra ameaçada de extinção, mas sim, aquela espécie dominante, o homo sapiens.  
   Desta forma, o homem precisa colocar toda sua mente e capacidade criativa, e principalmente, agir em conjunto como espécie intelectualmente evoluída que pensa, raciocina, para tentar reverter ou, pelo menos estancar o processo de destruição de seu único habitat possível e de sua própria existência.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Os dois lados de uma mesma moeda

O caminho para se construir uma personalidade muita das vezes é árduo e depende de muitos fatores (instituições) que serão abordados aqui de maneira simples e segundo a observação diária daquele que vos escreves.
O primeiro fator a ser abordado será em relação à estrutura familiar, que é de fundamental importância para todo o deslinde do que será o homem em sua essência e do que representará quando vier a atuar no seio da sociedade e se equilibrar no grande circo diário que é a vida, o sobreviver.
O ser, ao nascer, quase sempre vê na família e nos país o modo de se portar (sendo espelhos) e na maioria das vezes, terão parcela significativa de sua personalidade moldada pela forma de como eles atuam em seu dia-a-dia, pois o colo familiar, provavelmente, é a primeira das escolas do indivíduo, sendo, submetido desde logo e ao primeiro respirar. Por isso, a instituição, família, deve ser pautada em valores éticos, morais, de convivência e paz social, onde se ensine o que é amizade verdadeira, amor, carinho, bondade, respeito ao meio ambiente e ao próximo, assim como valores cristãos ( não no sentindo de impor uma religião), que são elementos importantíssimos, e que devem ter sua origem, primeiramente na família.
 Outra nota a ser abordada é o meio externo em que a pessoa se insere, o seu cotidiano ambiente de desenvolvimento social, que pode alterar toda uma base (des) familiar que o indivíduo vinha recebendo, tanto para o bem quanto para mal, senão vejamos os casos de adolescentes que foram bem criados e tiveram toda estrutura familiar, carinho, respeito, e começaram a delinqüir devido as más companhias adquiridas em momento de descuido dos país, ou por fraqueza emocional (caso da Suzane von Richthofen) ou possibilidade de se ganhar certos espaços mais facilmente, ou até mesmo pelo “glamour do crime” ( vida fácil e luxuosa que os traficantes levam aos lados de lindas mulheres e carros possantes); ou então, exemplos  daqueles que são recuperados e postos tardiamente na sociedade por programas pautados na figura da dignidade da pessoa humana, que se apresentam em comunidades carentes, onde os pais não possuem, ou nunca tiveram a oportunidade de ter valores morais a serem passados as sua proles, que até então se encontravam abandonadas moralmente, socialmente, psicologicamente, materialmente.
 Desta forma, o ambiente em que vive o seu dia-a-dia fora da familia deve ter consistência, e não ser vazio e próspero as coisas do mal.
 Outros fatores importantes e interessantes de seres abordados são o papel desempenhado pela escola, pelos governos e da mídia em geral na construção da personalidade.
A escola, em tese, deveria ser o grande responsável pelos caminhos que o homem irá seguir, pois até o inicio da idade adulta é o local, depois da família, pelo qual passam, ou deveriam passar a maior parte de seu tempo.  Portanto, os valores já descritos acima e voltados para o bem devem ser tratados de maneira irrestrita, e o agente educador deve levar a sério, e entender, antes de tudo o seu papel, que é "ser formador do elemento humano de um País, que representará as próximas gerações, e daí trabalhar para a construção de homens do bem, e que passam a dignificar a vida que receberam como um presente divino, e quem sabe mostrar o caminho para que o brilho da luz que possuem, se transformem em estrela   nessa imensa nação.
E o governo. Qual o seu papel? Seria o principal responsável em disponibilizar o ensino e formular as políticas educacionais e culturais, sendo obrigado a jamais relegar  a educação a um segundo plano.
Assim, deve criar ações voltadas a alfabetização real e não funcional, ao estímulo da leitura, da escrita, do conhecimento da história do País, incentivar e qualificar o homem para o mercado de trabalho, e também disponibilizar mecanismos de absorção de mão de obra, o que evita a deturpação da personalidade e a conseqüente mitificação de que “mundo do crime compensa ” e é o melhor caminho.
 E a mídia, escrita, falada, da televisão, via web. Como deve se portar?  Deve tratar com responsabilidade certas mitificações, e passar a incentivar o jovem a ser um profissional dentre as profissões reconhecidas e com mercado de trabalho. A ser um escritor, um médico, e parar com a bobeira de colocar na cabeça das crianças e adolescentes que os mesmos devem ser jogadores de futebol, pagodeiros, modelos e artistas, o que não é nenhum problema, sendo, porém,  utopias em nosso país, que podem gerar frustração e perda de tempo para aqueles que não possuem um plano B para o caso não consiguirem alguns destes exemplos citados.  Pergunte a alguém o que um jovem quer ser! A maioria da resposta serão  assim  ouvidas: Quero ser jogador de futebol, uh! modelo, e quiçá, ouviremos até que o melhor seria ser mulher de um traficante ou então o chefe do morro (...) Isto é horrível, mas acontece em terra tupiniquim, pois além da deformidade familiar, governamental, temos ainda o seu incentivo pelo glamour muita das vezes dado pela mídia, o que causa a deformaidade social.
 Desta forma, contribuiriam muito, se incentivassem o estudo, a busca pela justiça, criando programas de cunho informativo e educacional sobre os dos direitos do homem e suas obrigações.
Um exemplo de tudo que foi dito aqui é o caso que envolve o Goleiro Bruno e a sua possível amante, Eliza Samudio, que sumiu, e atribuem o assassinato dela  a figura a dele.  Façam uma análise da vida pregressa dos dois, e veremos que ambos não tiveram estrutura familiar (os dois foram abandonados pelos pais, ou um dos pais, logo que nasceram). Ele  abandonado pela família aos três meses de idade, e criado por uma avó, que possivelmente não foi capaz de ensinar o básico a um filho (mãe ou pai dele), e o que dirá a um neto. Já a Eliza, fora abandonada pela mãe, sendo criada por uma Pai, que provavelmente não teve os valores descritos acima em sua formação, sendo inclusive condenado em 1ª instância por um Tribunal pelo crime de estupro de uma menina de 10 anos (que dizem ser filha dele e irmã da Eliza Samudio). O que falar da personalidade da Eliza, que virou garota de programa e atriz pornô? Nada, ela foi apenas produto da falta de uma criação familiar pautada nos simples valores descritos acima, não encontrando eles no ambiente que vivia e nem na vida escolar. Quis ter um filho de jogador de futebol, pois a mídia mitifica estas figuras, e deu no que deu, pois o jogador não soube lidar com o perder, ou seja lá o que se passou em sua cabeça, caso o mesmo tenho mesmo cometido tal atrocidade junto dos  seus amigos de ambiente externo. 
Portanto, a personalidade do homem é criada por diversos fatores, que devem ser combinados para que sejam possível viver sobre a égide do contrato social que assinamos ao nascer. As clausulas para a vida em harmonia devem ser absorvidas por todos, pois só assim, o homem terá a essência do claro, e conseqüentemente não possuirá uma personalidade voltada para lado obscuro, e poderá continuar no seio da vida em Sociedade.


Texto escrito para o filosofia de liquidificador por Rodrigo Alcantara Mesquita e publicado em 15 de julho de 2010 às 15:30

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Uma leitura moderna da obra o “artista da fome”, de Franz Kafka.

Um artista da fome é um conto, em formato de novela, de Franz Kafka, originariamente publicado em 1922, e que tem em seu enredo a figura de um jejuador profissional enclausurado numa jaula. Isto à época era visto como um grande espetáculo pela sociedade, que inclusive pagava ingressos, e sentava-se desde a manhã até à noite diante das grades da jaula. Entretanto, a mesma depois de um tempo, naturalmente, perdiam o interesse, e esqueciam dos jejuadores.
A história começa com o jejuador sendo ovacionado em praça pública. Toda a família se reunia para ver o grande espetáculo. Queriam ver o estado do homem, que apresentava pálido e com as costelas sobressalentes. Observavam de perto para ver se não tinha algum alimento escondido que comprovasse ser aquilo uma fraude, e até mantinhas vigias para fazer o controle do homem que se propunha a jejuar ao máximo de dias possíveis, que na obra era por volta de 40 dias, sendo lhe proibido pelo empresário de bater este recorde, mesmo ainda que o artista sentisse condições de permanecer por mais dias e semanas ali naquele jejuar sem lógica. Talvez o empresário tivesse o interesse de o espetáculo não esvaziar, e manter a acesa a expectativa de na próxima vez o homem poder bater seu recorde, e com isto, o espetáculo passava por várias cidades. O interesse pelo jejuar não tinha explicação, mas com o passar do tempo às pessoas o perderam em definitivo, e o seu sacrifício já não era mais aplaudido e reverenciado até pelos mais entusiastas – as crianças- que sempre ficaram perplexas.

Desta forma, o mártir, querendo recuperar sua fama, seguiu em frente ao romper com seu empresário que não concordava em deixá-lo bater o recorde de dias de jejum e também não via mais interesse nesta quebra. O artista, então, arrumou espaço num circo, e propôs quebrar o recorde, entretanto, competia com leões e outros animais, que naquela época já eram mais interessantes. A história traz um fim trágico, como em quase toda obra de Kafka, pois o jejuador morrer dentro de uma jaula pelo esquecimento de que estava ali; pois ninguém mais o dava atenção, e seu jejuar era visto como um nada. Retiram seu corpo da jaula e colocaram uma vistosa pantera,  que atrairá rapidamente a atenção das crianças que sempre foram os que mais se impressionaram.

Em relação aos dias de hoje, o livro pode ter uma leitura com o sucesso instantâneo que produz celebridades de momento, que muitas das vezes é efêmero, e que os seus detentores não aprendem a lidar com a sua falta. As pessoas se interessam muito pelo que estar em evidencia, por aquilo que a mídia divulga a exaustão, e não pelo artista em si, pelo espetáculo ou show, ou qualquer outro glamour, sendo manipuladas até que os veículos de divulgação esqueçam o “artista da fome” e busquem algo mais interessante com a pantera vistosa

Daí, os “jejuadores modernos”, que só sabem fazer determinados espetáculo e mais nada. No insucesso começam a apelar de todas as formas para se manter em evidencia. Alguns exemplos podem ser apontados como o caso de jogadores de futebol que se lançam na política, de atrizes e ex-modelos que viram atrizes pornográficas, e desta forma propõe que espetáculo deve continuar, porém se esquecem que a sua época passou, e em nenhum momento tiveram  o preparo para lidar com a efemeridade do sucesso que um dia alcançaram.
E mais uma vez pode-se notar perfeitamente que, Kafka, antecipou o que seria o homem moderno, a sociedade moderna, que quando manipulada vem  adorar alguém para depois nem sequer lembrar de sua figura. Longa vida aos escritos do gênio, que um dia pediu para que todos eles fossem queimados, pois talvez não queria alertar tudo que poderia vir a acontecer.